A vida anda passando a mão em mim.

A vida anda passando a mão em mim.
a vida anda passando a mão,
A vida anda passando,
A vida anda,
A vida.

E ficou um desejo no ar.

Há alguns metros de mim.com violão e idéias. toca,toca, toca mais. É que eu queria..mais uma vez não disse.Com tudo isso que acha ser pouco, me dá vontade de.. de.. mais uma vez não vou dizer,como quando choro.
O cachoro, crianca que é não percebe a beleza que te percebo, te olho e nem vês. náufraga no acude de teus dedos, no ritmo tracado da dançaa das tuas mãos de pilão, desfiando meus rosários, que estão à espera da música dos teus lábios que me beijam enquanto cantas.

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu/Pôs-se na torre a sonhar
Viu uma lua no céu/Viu outra lua no mar

No sonho em que se perdeu/banhou-se toda em luar
Queria subir ao céu/queria descer ao mar

E no desvairo seu/
na torre pôs-se a cantar/
Estava perto do céu/estava longe do mar

E como um anjo/pendeu as asas para voar
queria a lua do céu/queria a lua do mar

As asas que Deus lhe deu/
ruflaram de par em par
Sua alma desceu ao céu/sua alma desceu ao mar


Alphonsos de Guimarães


http://www.youtube.com/watch?v=K-lX1PLU_vM

E fica assim..

Diante daquele incontável e incontido desejo,por algo que inexplicavelmente não se habita mais em mim;
Já disse,ou melhor só pensei:
que era bom saber que a direção dos seus olhos vinha de encontro aos meus.
Era bom,eu punha todo meu samba no pé,e por alguns segundos eu não sabia mais de nada.
Sintia que o Azul vinha só daqueles olhos,o que me faz sorrir sempre que eu lembro.
Hoje não soa mais natural como antes, mais não deixa de ser doce o gosto da boca e salgado o gosto dos olhos.
Isso tudo porque dispensei o sagrado risco do acaso.
De tanta força, cansei os meus pés, meu balanço, minha paciência(ou a falta dela).
Mas isso pode acabar, quando eu mergulhar no Azul do mar.

Ahh eu queria estar amando.

Em prelúdio.

Perco as palavras quando meu coração pulsa,
ultimamente ele anda sedentário.

O essencial fica mudo aos meus olhos viciados

Me pego sorrindo no pensamento.
Um dom saber envaidecer
Por si,saber mudar de tom.

No meio da noite

Acordei meu bem para lhe contar um sonho:
sem apoio de mesa ou jarro eram as buganvílias,
brancas destacadas de um escuro.
Não fosforesciam,nem cheiram ,nem eram alvas
eram brancas no ramo, brancas de leite grosso.
No quarto escuro, a única visível coisa, o próprio ato de ver.
Como se sente o gosto da comida, eu senti o que falavam:
''A ressureição já esta sendo urdida,os tubérculos da alegria estão inchando úmidos, vão brotar sinos''.
Doía como um prazer.
Vendo que eu não mentia ele falou:
- as mulheres são tão complicadas.Homem é tão singelo.
Eu sou singelo.Fica singela também.
Respondi que queria ser singela na mesma hora, singela,singela,singela comecei a repetir singela.
A palavra se destacou novíssima, como as buganvílias do sonho.Me atropelou.
O que foi? - ele disse
- As buganvílias..
Como nenhum de nós podia ir mais além, solucei alto, e fui chorando chorando, até ficar singela e dormir de novo.


Adelia Prado

Maldito amor complacente .

Homens de sangue quente,
nunca se sujeitam a esse genero complacente de amor latente,
preferem abdicar se a situação for irremediável diante o inevitável,
preferem ser passivos como aqueles que se rendem,
nocivos a esplêndida ilusão do amor complacente.

Onde?

Num lugar que não se toca,
aleatório e incalculável,
a cada segundo nascem símbolos variados e efêmeros,
que contam mais não somam.

Espaço real, dimensão intangível
onde todos podem ser deus,
perante a si mesmo.

Janela da alma.


O olho é a janela/por onde entram os amores.

É por onde saem em forma de gotas/os excessos das dores.

No nosso olhar/muitas coisas vão e vem

pode ser um amor partido/ou a chegada de um novo bem.